Goiás até a Revolução de 1930.
OBS: as três primeiras décadas do século XX não
modificaram a situação a que Goiás regredira em conseqüência da mineração no
fim do século XVII. Continuava sendo um estado isolado, pouco povoado, quase
integralmente rural, com uma economia de subsistência.
Situação geral do Estado.
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Até 1930, o estado de Goiás continuava fora da
corrente de progresso que, nos últimos 80 anos, vinha transformando São Paulo e
outros estados a partir da modernização da agricultura e de industrialização.
Principais aspectos dessa situação.
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Comunicações
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1824: entrou em Goiás o primeiro carro de bois
proveniente de Minas Gerais (progresso para a época)
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1891: telegrafo (enorme avanço na transmissão de
noticias)
OBS: dois grandes inventos tinham revolucionado as
comunicações durante o século XIX: no setor das comunicações marítimas, o navio
a vapor e, no setor das comunicações terrestres, a estrada de ferro.
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Em Goiás a estrada de ferro só chegou em 1913
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Os investimentos demoraram demasiadamente a chegar
a Goiás, pois o governo federal não estava disposto a um investimento tão vultoso
num estado sem significação política e econômica como Goiás.
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Século XX novo invento: automóveis
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1907: chegou o primeiro automóvel em Goiás
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1921: primeira estrada de rodagem
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Nesse período grandes zonas do estado sofria ainda
mais com o isolamento: o norte todo, a região do Araguaia, os chapadões da
divisa com a Bahia.
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A região mais povoada era o sudeste pela
proximidade com o Triangulo Mineiro e pela presença da estrada de ferro.
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A população era quase integralmente rural. Os
centros urbanos eram poucos e de pouca significação.
Economia
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Quase exclusivamente de subsistência: a produção
era local e para o consumo, sendo muito pequeno o comercio interno e a
circulação monetária;
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A criação de gado era o setor mais dinâmico da
economia por ser o gado em pé o produto de mais fácil exportação e dos únicos
exportados em quantidade apreciável.
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Entre 1920-1929: o gado vivo significou quase a
metade de todas as exportações e 27,69% da arrecadação total do estado.
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Com a estrada de ferro, a produção de arroz para a
exportação aumentou rapidamente; 1928-1932 a exportação de arroz alcançava a
metade da exportação do gado.
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A indústria e os serviços continuavam sendo
atividades econômicas pouco significativas (indústria, no sentido moderno não
existia) o que se tinha era a indústria artesanal especialmente a produção de
tecidos de algodão.
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Posteriormente, o progresso das comunicações, ao
introduzir a concorrência do produto industrializado, acabaria arruinando esse
tipo de produção.
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Em síntese: Goiás, no período da República Velha,
permaneceu estagnado.
Regime de propriedade
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Em todo o estado, continuava dominando a grande
propriedade rural, o latifúndio. Isto era uma decorrência ainda do sistema de sesmarias provenientes do
tempo colonial e continuando durante o Império.
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A falta de mercados e de uma economia monetária
contribuiu para fortalecer o sistema de latifúndio
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Só as grandes fazendas podiam vender algum
excedente
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Antonio de Ramos Caiado, símbolo dos governos
oligárquicos de Goiás.
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Inexistia de uma classe de pequenos proprietários
dedicados à lavoura ou à pecuária.
OBS: não existindo uma economia monetária, trabalhar
para alguém não significava simplesmente um contrato de serviço prestado e de
salário recebido era principalmente o estabelecimento de um laço pessoal de
“confiança mutua” e de dependência social. O empregado tornava-se assim “homem
do patrão”, num sentido real, embora sem o formalismo e sem a ideologia do
antigo feudalismo. O “coronel” era sempre politicamente poderoso, num tempo em
que o poder central aparecia como algo longínquo e inoperante, podia
reivindicar o exercício da jurisdição política.
Política
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O governo tinha sua autonomia bastante reduzida
pela prepotência dos “coronéis”.
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Os coronéis, o vigário e o juiz eram mantenedores
da ordem social.
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As distâncias, a pobreza de meios econômicos, a
carência de um corpo de funcionários adequados são as causas principais deste
enfraquecimento do poder central do Estado.
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Os governos de Goiás até a revolução de 1930
estavam muito próximos do tipo de governo colonial que dos governos atuais.
A Revolução de 30 de a construção de Goiânia.
OBS: A Revolução de 30, embora sem raízes próprias em
Goiás, teve uma significação profunda para o estado. É o marco de uma nova
etapa histórica. Esta transformação não se operou imediatamente no campo
social, mas no campo político.
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Foi uma revolução importada para Goiás, e nem
poderia ser outra maneira, pois não foi uma revolução popular, nem sequer uma
revolução de minorias com objetivos sociais.
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A participação efetiva de Goiás na revolução
limitou-se à ação pessoal do Dr. Pedro Ludovico Teixeira que, durante sete
anos, tinha lutado na oposição em Rio Verde.
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Ao articular-se o movimento revolucionário, ele
entrou no esquema, mantendo-se em contato com outros centros revolucionários de
Minas.
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Ao explodir a revolução, reuniu um grupo de
voluntários no Triângulo Mineiro e intentou invadir a região sudoeste de Goiás
(sem sucesso, Pedro Ludovico foi preso).
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Contudo, a revolução triunfou no resto do país e
uma coluna procedente de Paracatu, comandada pelo coronel Quintino Vargas,
chegou à cidade de Goiás, e o médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o
poder.
Governo Revolucionário.
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Como nos outros estados, a revolução colocou em
Goiás um governo provisório composto de três membros; entre eles estava o Dr.
Pedro Ludovico que, três semanas depois, foi nomeado interventor.
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A revolução não provocou nenhuma mudança social. No
campo político, apresentava-se como um movimento moralizador.
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Mas o fato de a revolução não ter modificado as
bases sociais e os longos anos da ditadura que se seguiriam tornaram bastante
duvidosos os progressos reais da democracia.
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Em 1933 Goiás apresentava problemas sérios a serem
resolvidos pelo governo: transporte, educação, saúde pública e exportação.
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O grande empreendimento que catalisou e sintetizou
esse afã de construir algo novo e desenvolver o estado foi a construção de
Goiânia.
O Problema da Mudança da Capital.
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Já desde os primeiros tempos da história de Goiás,
a localização da capital constituía um problema. Em 1753, o primeiro governador
de Goiás, Conde dos Arcos, informava que o traslado da capital de Vila Boa
(cidade de Goiás) para Meia Ponte (Pirenopólis) seria bastante benéfico para a
Capitania, pois o clima de Vila Boa e sua situação geográfica eram muito
inferiores aos de Pirenopólis.
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Razões fortes opunham à mudança da capital
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A primeira, de parte do governo, era o gasto que
isto suporia; todos os edifícios públicos teriam de ser construídos de novo;
ter-se-ia de empregar grandes somas na construção da nova capital, e o governo
estadual era tão pobre que não podia pensar em gasto algum extraordinário.
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A segunda, de parte da população da capital, era a
oposição compacta, tanto por motivos sentimentais como pelo prejuízo econômico
que se temia com a mudança. A “desvalorização” das casas, dos negócios e das
terras era temida não só pelos grandes proprietários rurais e urbanos que
dominava m tradicionalmente política, mas também pelos pequenos funcionários do
governo, pelo comercio miúdo da cidade.
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Por isso a mudança não poderia processar-se em
tempos normais, a oposição era demasiado forte. Só uma transformação violenta
das estruturas políticas poderia reabrir o problema da mudança. Foi o que
aconteceu com a revolução de 1930.
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A situação do novo governo nascido da revolução era
radicalmente diferente com respeito da mudança da capital: a cidade de Goiás
era o centro de poder da oligarquia deposta pela revolução, mas de forma alguma
aniquilada, trasladar a capital para outro lugar reforçava o novo governo do
ponto de vista político e psicológico.
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Os partidos e a Canara foram dissolvidos pela
revolução; para criar uma nova era como aspirava fazer a revolução nenhum
símbolo melhor que criar uma nova capital, que seria a expressão concreta da
revolução.
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Palavras de Pedro Ludovico: “mudando a sede do
governo para um local que reúna os requisitos de cuja ausência absoluta se
ressente a cidade de Goiás, teremos andado meio caminho na direção da grandeza
desta maravilhosa unidade central”
Etapas da Construção de Goiânia.
Uma comissão nomeada para a escolha do local
decidiu, a 04/03/1933, que Campinas era o lugar que reunia as melhores
condições para a construção da nova capital. Razões: proximidade da estrada de
ferro condição julgada indispensável, abundancia da água, bom clima, topografia
adequada.
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A 24 de outubro de 1933 como homenagem à revolução
foi lançada a pedra fundamental. A partir deste momento, a construção progrediu
rapidamente: a 7 de novembro de 1935, realizou-se a “mudança provisória”; o
governador Pedro Ludovico deixou Goiás para fixar residência em Goiânia.
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Em Goiás, ficaram ainda a Câmara e o judiciário. A
mudança definitiva teve lugar em 1937, quando os principais edifícios públicos
já estavam concluídos, embora a cidade, do ponto de vista urbanístico, ainda se
encontrasse em seus começos.
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Cinco anos depois, em julho de 1942, foi realizado
o “batismo cultural” de Goiânia.
Goiânia e o desenvolvimento de Goiás.
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O problema do desenvolvimento é muito mais complexo
e de muito mais lenta solução do que supunham os homens da Revolução de 30.
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Em 1942, com efeito, Goiânia, “chave do
desenvolvimento geral do estado”, era uma cidade perfeitamente estabelecida,
mas o desenvolvimento do estado estava longe de ser satisfatório.
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As comunicações, a saúde, a instrução, a carência
de indústrias, a baixa produtividade na agricultura e na pecuária, a
descapitalização da economia, a estrutura de propriedade, entre outros, eram
problemas ainda intactos, trabalho para várias gerações.
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A revolução de 30 e sua obra principal em Goiás, a
construção de Goiânia, podem ser consideradas o começo de uma nova etapa mais pelos
rumos que marcaram do que pelas realizações imediatas.
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A primeira, e grande, transformação tiveram lugar
no campo da psicologia social. O povo goiano, como conseqüência da ruína da
mineração (que na consciência popular tinha significado um período de
grandeza), do isolamento e do esquecimento nacional, tinha desenvolvido um
sentimento de frustração, uma espécie de complexo de inferioridade coletivo.
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Nos jornais, nos discursos, eram continuas as
referencias à riqueza perdida, ao contraste entre a grandeza física de Goiás,
seus imensos recursos naturais e a realidade de ser Goiás um dos estados mais
pobres do Brasil.
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A construção de Goiânia uma das maiores obras do
Brasil na época devolveu aos goianos a confiança em si mesmos e, em vez de
pensarem na grandeza do passado, começaram a pensar na grandeza do futuro.
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Ao mesmo a construção de Goiânia significava o
primeiro grande impulso para a transformação da economia e da política
econômica do estado. O governo, até então preocupado quase que unicamente em
manter a ordem, promoveu pela primeira em Goiás uma obra de grande envergadura,
que mobilizou as energias latentes.
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A construção de Goiânia promoveu a abertura de
novas estradas, tornando-a elo entre municípios e com outros estados; favoreceu
a imigração, e conseqüentemente o povoamento, acelerando a colonização do Mato
Grosso Goiano, zona de grande riqueza agrícola; criou o primeiro centro de
relativa importância em Goiás, que senão cegou a constituir um centro
industrial como esperaram os construtores, desenvolveu um centro industrial
para si e para todos os diversos tipos de serviços (colégios, faculdades,
bancos, hospitais, comercio) indispensáveis ao desenvolvimento.
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A partir de 1940, Goiás cresceu rapidamente, a
construção de Goiânia, o desbravamento do Mato Grosso Goiano, a campanha
nacional de “marcha para o Oeste”, que culminou na década de 1950 com a
construção de Brasília, imprimiram um ritmo acelerado ao progresso de Goiás.
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A população de multiplico, as vias de comunicação
realizaram a integração do estado com resto do país e dentro do próprio estado;
assistiu-se a uma impressionante explosão urbana, com o desenvolvimento
concomitante de todo tipo de serviços (a educação especialmente); contudo,
Goiás continuava sendo um estado de economia primaria com uma exploração
extensiva de baixa produtividade.
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A urbanização que se processou em Goiás a partir de
1940, e, sobretudo, depois de 1950, não foi motiva, nem sequer acompanhada, por
uma industrialização concomitante.
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Ao contrário do que se poderia esperar, o peso do
setor primário na economia goiana (agricultura e pecuária) aumentou até a década
de 1960, em vez de diminuir frente aos setores secundário (indústria) e
terciário (serviços).
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O plano de desenvolvimento do Governo de Mauro
Borges, de 1961, expressava-se assim sobre este ponto: “ o baixo nível de renda
em Goiás decorre de ser uma economia primária, de produtividade baixa e
vulnerável às flutuações de clima e de mercado.
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Na década de 1960-1970, não houve uma modificação
fundamental com respeito à indústria, embora os sérvios se tenham desenvolvido
rapidamente, em virtude do acelerado processo de urbanização; em 1970, a indústria
contribuía com apenas 4,5% da renda estadual.
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Em virtude desses problemas e a falta de capital e
de uma tradição empresarial tornavam a ação do governo insubstituível para pôr
em marcha e ativar os mais variados aspectos do desenvolvimento
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O envolvimento do governo do estado foi se dando
gradualmente a partir da construção de Goiânia, e mais intensamente na década
de 1950, com a criação do Banco do Estado e da Celg.
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Entretanto, quem sentou o problema em toda sua
amplitude, com plena consciência, e tratou de dar-lhes uma estruturação
administrativa foi o governador Mauro Borges Teixeira, durante seu governo
(1960-1964).
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O governo Mauro Borges foi o primeiro a propor,
como diretriz de ação, um “Plano de Desenvolvimento Econômico de Goias”
(1961-1965) abrangendo todas as áreas: agricultura e pecuária, transportes e
comunicações, energia elétrica, educação e cultura, saúde e assistência social,
levantamento de recursos naturais, turismo, aperfeiçoamento e atualização das
atividades do estado.
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Goiás e outras economias estaduais assim como o
Brasil como um todo caminhavam, portanto, para uma estatização crescente.
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Destaques:
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Cerne (Consorcio de Empresas de Radiodifusão e
Notícias do estado);
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Osego (Organização de Saúde do Estado de Goiás);
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Caixego;
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Ipasgo;
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Esefego;
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Cepaigo;
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Idago;
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Dergo;
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Metago;
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Casego;
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Iquego.
OBS: Outro empreendimento importante que nasceu do
governo de Mauro Borges foi a tentativa de reforma agrária através de uma
experiência de socialismo cooperativista.
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De resto, a inflação galopante e a instabilidade
política dos primeiros anos da década de 1960 não permitiram testar com a
realidade estas diretrizes; ficaram como potencialidade para mais tarde.
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Um novo período de crescimento econômico para o
estado foi vivenciado durante o desenvolvimentismo da Era JK. A construção de
Brasília e a transferência do eixo político-econômico do país para o
centro-oeste promoveram um impulso significativo para a economia goiana e
abriram possibilidades de inserção do estado às diretrizes econômicas
internacionais.